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Monitorização neurofisiológica intra-operatória

Monitorização intra-operatória é um procedimento que utiliza métodos eletrofisiológicos como a eletroencefalografia, eletromiografia e potencial evocado para monitorizar a função e a integridade de estruturas neurais durante procedimentos cirúrgicos. O intuito da monitorização neurofisiológica intra-operatória é reduzir os riscos de danos ao sistema nervoso, auxiliando o cirurgião na manipulação de estruturas neurais. Para a cirurgia de cabeça e pescoço interessa diretamente as monitorizações dos nervos laríngeos, para as cirurgias da tireoide e as monitorizações do nervo facial, nas cirurgias da glândula parótida.

A monitorização intraoperatória dos nervos laríngeos começou a ser difundida no Brasil a partir de 1996.  Atualmente o procedimento é realizado de maneira habitual por médicos especialistas em neurofisiologia (dados obtidos pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica). A única legislação no Brasil é uma normatização do Conselho Federal de Medicina ,  Resolução CFM número 2.136/2015.

A identificação e preservação dos nervos laríngeos recorrentes sempre foi o principal objetivo dos cirurgiões que se dedicam a cirurgia da tireoide. A lesão de um destes nervos leva a paralisia unilateral das cordas vocais, acarretando alterações importantes na qualidade da voz ao paciente, e a lesão de ambos os nervos (direito e esquerdo) causa perda completa das funções da laringe, levando o paciente a insuficiência respiratória e a necessidade de uso de traqueostomia. Isto faz da cirurgia de tireoide um procedimento muito estressante para o cirurgião, que antes da existência da monitorização intra-operatória não sabia se suas manobras durante a cirurgia estavam causando lesões aos nervos. Com a monitorização quaisquer manobras bruscas são identificadas, e o cirurgião pode prevenir injúrias neurais, tornando o procedimento mais tranquilo e seguro. O procedimento realizado por professional médico dedicado ao de monitorização ajuda ao cirurgião tanto no mapeamento e identificação dos nervos laríngeos, quanto na manutenção das funções dos nervos citados, já que possibilita que toda equipe cirúrgica seja avisada de imediato a qualquer sinal de sofrimento neural.

As três principais funções da monitorização intra-operatória dos nervos laríngeos; 1– facilitar a identificação do nervo, 2 – auxiliar na dissecção e preservação do nervo,  3–resguardar o prognostico pós-operatório das funções do nervo. A utilização desta tecnologia deve ser empregada de rotina em todos pacientes.  Trata-se de importante método para identificação e preservação das funções dos nervos laríngeos, sendo um item de segurança  e prognóstico para as cirurgias da tireoide e paratireoide.

O cirurgião especialista não deve polpar esforços para oferecer ao paciente todos os meios possíveis para aumentar a segurança do procedimento cirúrgico.

Cabe aos pacientes questionar o cirurgião, se a técnica de monitorização será utilizada, e também se será realizada por médico dedicado exclusivamente a este ato.

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